Rodrigo Torres
Rodrigo Torres (Rio de Janeiro, 1981) formou-se em pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ, em 2003. Trabalhou como assistente do artista plástico Luiz Zerbini entre 2006 e 2010. Em 2010, cursou Fotografia no Atelier da Imagem, e participou do Programa de Aprofundamento da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Seu trabalho mescla fotografias, pinturas e cerâmicas que, unidas em uma simbiose, elaboram uma linguagem visual disruptiva.
Torres possui uma exímia habilidade no desenvolvimento da cerâmica. Em suas obras, ressignifica objetos do cotidiano que são amalgamados, fundidos, amassados e retorcidos, subvertendo a percepção e criando silhuetas inusuais. As formas e as texturas são impregnadas de deslocamentos e transformações ilusórias. Vasos, jarras, frutas, legumes e embalagens tornam-se objetos ornamentados, sofisticados, que simulam texturas reais e alternam densidades, volumes e cores.
O artista realiza esculturas que simulam a realidade, desafiando o espectador em uma dicotomia entre o real e a ficção. Assim, os trabalhos ganham tons ambíguos que se equilibram entre o natural e o imaginado. Mais recentemente, Torres vem realizando esculturas de parede nas quais se apropria da estrutura do azulejo. Entretanto, ao fundir os ladrilhos com outros elementos, opera uma alteração de plano, simulando a visão vinda de cima, como um plano plongée. Ao observar o rápido ciclo de decomposição das frutas e ao congelá-las em cerâmica, cristaliza o tempo a partir de um processo geoquímico, tornando-as inertes. Assim, retoma o gênero de natureza morta, mas o ressignifica, tendo o tempo como seu coautor.
Dentre diversas exposições que Torres já realizou, destacam-se as individuais: “Vale da Utopia” (2022), Instituto Artium, São Paulo; “Mr Fusion” (2018), Simões de Assis, São Paulo; “Grana Extra” (2012), Paço das Artes, São Paulo e “m²” (2011), Programa de Exposições CCSP, São Paulo. Também participou das coletivas: “Panta Rei” (2021), Galeria Anna Marra, Roma; “A Luta Continua” (2018), The Sylvio Perlstein Collection, Hauser & Wirth, Nova York; “Window Project” (2017), Spazio 22, Milão e "O Elogio da Vertigem" (2012), Maison Européenne de la Photographie, Paris. Possui obras nas coleções do MAR, Rio de Janeiro; Coleção Itaú Cultural de Fotografia, São Paulo; Coleção José Olympio, São Paulo; Kadist Art Foundation, Paris; e MON, Curitiba. Em 2012, integrou o Programa Rumos do Itaú Cultural e, em 2013, recebeu o Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea. Foi indicado ao Prêmio Pipa em 2011 e 2012. Participou da residência Vermont Studio Center nos Estados Unidos, em 2016.
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Show de rock, vinho tinto, lua cheia, 2023
porcelana esmaltada sobre chassi de madeira
75 x 57 x 15 cm
Pedra, Papel e Tesoura, 2019
tinta acrílica sobre cerâmica parcialmente esmaltada, base de madeira
76 x 33 x 33 cm, base: 77 x 33 x 33 cm