Zéh Palito (Limeira, 1986) é artista visual e muralista. Graduado em Design Gráfico pela FAAL, também teve formação na EMCEA (Escola Municipal de Cultura e Artes) de Campinas. Ainda muito jovem, aos 15 anos, Zéh Palito começou a se envolver com a pintura de rua, murais e grafite no interior paulista, atividade que fortalece as comunidades locais e tem como pauta questões sociais prementes. Seu interesse por esse viés público da pintura o levou a expandir sua pesquisa a outros países, realizando viagens e temporadas na África e nos Estados Unidos.   

Entre estas idas e vindas, sempre com passagens pelo Brasil, o artista adquiriu uma amplitude de referências que expandiram sua formação de estilo e experimentação técnica. A produção como muralista também foi (e continua sendo) marcada pela ação social de apoio a populações geralmente marginalizadas. Na Zâmbia, por exemplo, a produção dos trabalhos era feita com pigmento local, que o fez encontrar tons mais claros ou lavados como rosa e amarelo pastel. Já nos períodos em quem ficou nos Estados Unidos, passou a incorporar referências da música, da cultura pop e da sociedade de consumo, sempre em composições de cores mais saturadas e vibrantes.  

Ainda que também experimentasse com pintura de cavalete, foi em 2019 que o artista passou a dividir cada vez mais seu tempo entre as paredes e as telas. Explorou primeiro a técnica do óleo e, posteriormente, adotou a tinta acrílica como meio de preferência, material que atendeu melhor à agilidade e urgência de seus processos de criação. Combinando sua formação acadêmica como designer e as experiências da pintura em murais, ampliou ainda mais seus estudos sobre cor, técnica, composição e a vetorização, recursos que ainda influenciam as suas escolhas na atual linguagem pictórica. Com frequência, o ponto de partida para realização de suas obras é a representação de minorias étnicas e sociais, com destaque para a presença de pessoas negras e indígenas, em ambientes envolvidos por elementos que remontam ao tropicalismo brasileiro, com presença marcante de frutas e matizes fantásticas. Em paralelo, também lança mão de uma iconografia muito midiática, incluindo imagens de sneakers, roupas e marcas, carros e outros objetos.   

Zéh Palito já produziu murais em mais de 30 países entre África, América, Europa, Oriente Médio e Ásia. Também integrou diversas exposições coletivas, como: “The Speed of Grace”, Simões de Assis, São Paulo; “Quilombo: vidas, problemas e aspirações do negro”, Instituto Inhotim, Brumadinho; “Color of the times”, Leeahn Gallery, Seoul; “Regarde moi”, Galerie Perrotin, Paris; "Winner Takes All", Marianne Boesky Gallery, Nova York; “Black Voices”, Ross Sutton Gallery, Nova York; “Cosmic Boys”, Brazil Art Center, Beirute; "Braziliarty", Soho Gallery, Londres; "Life in Flowers", Luce Gallery, Turim; e "Vidas Negras do Brasil", Museu Afro Brasil, São Paulo. Dentre as suas individuais, destacam-se: "Tropical Diaspora", Eubie Blake Cultural Center, Baltimore; "Utopia Tropical", Galerie La Cartonnerie, Paris; e "We saw the future", Gallery Idrawalot, Berlim. Seus trabalhos figuram em coleções como Instituto Inhotim, Brumadinho, Brasil, The Xiao Museum of Contemporary Art, Rizhao, China; X Museum, Beijing, China e Institute of Contemporary Art, Miami, EUA; Rennie Museum, Vancouver, Canadá; e Baltimore Museum of Art, Baltimore, EUA; Fundación Amparo y Manuel (AMMA), México.