Emanoel Araujo
Emanoel Alves de Araujo (Santo Amaro da Purificação, 1940-2022), é artista plástico, escultor, desenhista, ilustrador, figurinista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo. Baiano, nasceu numa tradicional família de ourives. É na oficina do marceneiro e talhador Eufrásio Vargas que, ainda na puberdade, começa a desenvolver seus trabalhos e aprende a marcenaria.Muito jovem, aos 13 anos, mergulha no universo gráfico como funcionário da Imprensa Oficial de sua cidade. Em 1959, realizou sua primeira exposição individual, ainda em sua terra natal. Mudou-se para Salvador na década de 1960 e ingressou na Escola de Belas Artes da Bahia (UFBA), onde estudou gravura.
A partir de 1971, realiza obras abstratas, compostas por formas geométricas conjugadas. O artista gradualmente aproxima-se das vertentes construtivas, reduzindo as figuras a estruturas primárias. Desenvolve trabalhos que contêm segmentos ondulados de outras gravuras, colados sobre o plano de uma gravura maior, de maneira a produzir cortes, interferências e justaposições no plano. Essas peças já apontam seu interesse pelo tridimensional. Interessado na reestruturação do universo da arte e da cultura afro-brasileira, enfatiza em suas gravuras, relevos e esculturas as formas e volumes geométricos aliados a contrastes acirrados, ângulos marcados e cores fortes.
Araújo já expôs em diversas galerias e mostras nacionais e internacionais, somando cerca de 50 exposições individuais e mais de 150 coletivas. Foi premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália, em 1972. No ano seguinte, recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor gravador, e, em 1983, o de melhor escultor. Foi diretor do Museu de Arte da Bahia entre 1981 e 1983, além de ter lecionado artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York (1988).
Foi diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1992-2002) e fundador do Museu Afro Brasil (2004), onde atua como Diretor Curador. Em 2005, exerceu o cargo de Secretário Municipal de Cultura. Em 2007, foi homenageado pelo Instituto Tomie Ohtake com a exposição “Autobiografia do Gesto”, que reuniu 45 anos de produção do artista. Em 2018, ano dedicado às histórias afro atlânticas no Museu de Arte de São Paulo (MASP), o museu apresentou uma exposição dedicada à obra de Emanoel Araújo, nomeada por “A Ancestralidade dos Símbolos: África-Brasil”, além das duas individuais no MASP que permearam a sua carreira, a primeira em 1981 e a segunda em 1987 “Esculturas em Grandes Formatos”. Emanoel Araujo faleceu em São Paulo em 2022 aos 81 anos.
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