Elizabeth Jobim
Elizabeth Jobim (Rio de Janeiro, RJ, 1957) Desenhista, pintora e gravadora. Em seus trabalhos, Elizabeth Jobim apresenta formas aparentemente autorreferentes, mas que na verdade têm como ponto de partida o mundo concreto. A artista estuda exaustivamente as pedras irregulares que encontra na cidade do Rio de Janeiro para depois converter esses seres minerais em pintura sob a forma de composições geométricas que se desdobram liricamente sob a superfície do quadro. A artista tem investigado uma ideia expandida de pintura, ao produzir objetos e instalações nos quais a ordem dos painéis pintados, de formatos e volumes variados, é alterada a cada exposição para se integrarem poeticamente aos espaços arquitetônicos onde são exibidos, fazendo emergir diferentes e específicos olhares e significados.
Nas pinturas de Elizabeth Jobim o vazio, o limite, ou simplesmente o branco em suas telas, nos levam à compreensão de que estamos diante de ou adentrando espaços arquitetônicos. Figura e fundo trabalham incessantemente, fazendo com que a pintura avance em direção ao espaço. São casas, quartos, salas, janelas ou portas metaforizadas por meio de uma economia de elementos regida por torções, deslocamentos, fraturas e passagens, todos viabilizados pelo diálogo profícuo entre cor, vazio e uma estrutura impregnada de um saber arquitetônico. Suas pinturas colocam em dúvida aquilo que está diante de nós. Linhas e fraturas se transformam rápida e sucessivamente em espaços a serem compreendidos como módulos, como habitações, e esse é um momento chave porque a pintura começa a exigir a presença do corpo.
Os módulos criados por Elizabeth Jobim dialogam com os Objetos ativos de Willys de Castro, pois a experiência do olhar não se restringe a um exercício formalista de apreciação da obra mas fundamentalmente a um jogo de ativação de espaços e contradições, pois ora as obras desses dois artistas fabricam um elemento inclinado a enganar a ortogonalidade, ora apresentam uma adição que equilibra a simetria.
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