Thiago Rocha Pitta
Thiago Rocha Pitta (Tiradentes, 1980) iniciou sua produção artística nos anos 2000, depois de mudar-se para o Rio de Janeiro e frequentar cursos de arte, filosofia e estética na UFRJ e no EAV Parque Lage. Sua pesquisa se ancora, desde então, em relações narrativas, visuais e materiais que estabelece intimamente com a natureza – ela, de fato, é uma espécie de coautora em diversas de suas obras. Seu corpo de trabalho é absolutamente diversificado e ligado a um profundo fascínio pelas sutis transformações do mundo ao redor, focando em elementos pequenos e banais do mundo natural capturados principalmente em vídeos e fotografias.
As narrativas de seus filmes são ora melancólicas, ora ameaçadoras, marcadas por atmosferas silenciosas e por situações quase surreais, explorando e estimulando a entropia espontânea da matéria. Em "Homenagem a JMW Turner", por exemplo, um pequeno barco pega fogo em alto mar, representando um embate surpreendente entre as chamas e a água. Outro elemento muito recorrente em suas obras é o tempo, cuja agência e premência são também traduzidas em instalações e intervenções ao ar livre. Assim, um trabalho central e de grande destaque em sua trajetória é o espelho d'água/plataforma construído sobre uma colina, que convida o público a andar sobre o reflexo do céu, vislumbrando o abismo abaixo.
O artista também realiza pinturas e aquarelas que tentam traduzir para a linguagem pictórica as sutis (ou violentas) oscilações do clima, como o assentamento da neblina ou os temporais, além de também retratar fenômenos astronômicos, como os eclipses solares e lunares e as quedas de cometas. Em uma escala diametralmente oposta, também explora a dimensão dos microrganismos, descrevendo cianobactérias em delicados afrescos.
Thiago Rocha Pitta recebeu o Prêmio “Marcantonio Vilaça” em 2005 e o Prêmio “Open Your Mind” na Suíça, em 2009. Em 2014, participou do programa de residência artística Circulating AiR na Noruega. Realizou exposições individuais no Arts Initiative Tokyo, Japão (2008); no Andersen’s Contemporary, Copenhagen, Dinamarca; na Galeria Marianne Boesky, Nova York, EUA (2017) e Aspen, EUA (2019); e no MAM Rio de Janeiro, Brasil, entre outras instituições. Entre as coletivas notáveis que participou destacam-se "J'en Rêve", na Fondation Cartier pour L'art Contemporain, Paris, França (2005); "A Time Frame", no MoMa-PS1, Nova York, EUA (2006); Galería Fundación/Colección Jumex na Cidade do México, México (2009) e na 30ª Bienal de São Paulo, Brasil. Possui obras em diversas coleções particulares e públicas como MoMA, Nova York; Colección Jumex, Cidade do México; MAM São Paulo; MAM Rio de Janeiro; Inhotim, Brumadinho; ThyssenKrupp, Viena; e Hara Museum, Tokyo.
ler mais >
20 de abril de 1500, o Monte Pascoal avista a armada de Cabral, 2022
aquarela sobre papel
74,5 x 122 cm (com moldura)
O Batismo; na véspera da partida, duas feiticeiras encantam as águas do rio, homens carregam os barris cheios até as naus, 2022
aquarela sobre papel
74,5 x 122 cm (com moldura)
O despertar; antes da aurora, plantas, animais e homens, céu, terra e Mar se reúnem, 2022
aquarela sobre papel
74,5 x 122 cm (com moldura)
2 de maio de 1500. O Suplício de Cabral; enquanto dormem enfeitiçados pelas águas encantadas, nativos ateiam fogo nas naus. FIM, 2022
aquarela sobre papel
74,5 x 122 cm (com moldura) cada - díptico